quinta-feira, 10 de abril de 2014

essa coisa de aceitar
um olhar de reprovação
ou a falta de qualquer que fosse o olhar
esse jeito "coisa" de ser, não é!
e viver se amontoando num canto qualquer
não esconde você do retrato (...)
esse jeito atropelado do tempo da gente
de "correr para chegar a lugar nenhum",
já não disfarça o querer...
e não é assim uma "coisa que dá e passa"
o querer é... e no sentido todo ele é!
e no pensamento e no peito, és!
(quando já não importa se depois de um tempo,
você  for comparado ao tapete da sala,
ao vaso de flor, as cortinas, ao quadro na parede...,
ou ao que não está na casa)
essa coisa de ser objeto de decoração
não é e nunca será de.coração.

Um comentário:

  1. "esse jeito atropelado do tempo da gente
    de "correr para chegar a lugar nenhum"

    Achei fantástica essa forma...
    O ser é uma pessoa que precisa ser visto e valorizado como tal. Não é possivel ser jamais, algo que sirva de "trampolim" das faltas alheias. O ser não pode ser amado por utilidade. De jeito nenhum. Penso que, cada pessoa deve ser amada como é, independente de ter o que oferecer ,ou não. E o ser, a meu ver, não pode, nem deve se deixar subjugara uma situação dessas "que pode evoluir para uma dependencia" Imagino que cada um tem de respeitar, antes de mais nada, a si mesmo... pois, do contrário, como poderia respeitar aos outros se despreza seu próprio valor?

    Uma pessoa é dotada de sentimentos, que precisam ser respeitados, pois, são partes da pessoa.


    Outra citação que gostei foi esta:


    "essa coisa de ser objeto de decoração
    não é e nunca será de.coração."


    Excelente isso!!! Uma coisa é termos um ornamento na "sala de estar" para encher os olhos, outra coisa bem diferente é pôr uma pessoa em seu lugar! Um vaso, por exemplo, pode se quebrar, podemos enjoar dele e comprar outro... etc.
    E um ser humano com tudo aquilo que o faz ser quem ele é? Não vamos conseguir encontrar uma repetição dele jamais, em lugar nenhum! Se uma pessoa - por exemplo - nos põe como a medida de tuas próprias carências, poderia-se presumir que não há um amor, mas sim, uma busca, um "tapa-buracos" no qual a pessoa se torna um objeto de mero bem-estar alheio. Isso não pode ser amor. Mas sim, um capricho.


    Parabéns por mais este texto, me estendi um pouco, pois, muitas são as reflexões a que seu texto nos leva.

    Uma boa tarde.

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