quarta-feira, 19 de outubro de 2016

na estação de ficar...


moro numa estação
viajo nas outras
como folha solta
tem um mundo que sou
fora de mim
o corpo, o tempo e o vazio
expandem-se e recolhem um pouco
meus sentimentos.
sempre há em mim um impulso pela decisão
se vou, se fico... se calo ou se digo...
num momento fiquei sem escolha
não foi ruim... foi uma necessidade.
continuo envolvendo os sentimentos e as estações da vida 
e experimentando todas as reações que elas provocam.
mas no fundo, não há lamentos... incertezas.
o sentimento é certo
o sentido, a direção... é seguir em frente
com meus "pra dentro"



terça-feira, 18 de outubro de 2016

começou a caminhar...tinha muita estrada pela frente
foi o primeiro passo.
olhou ao lado e segura, seguiu em frente.
há quem diga que não houve pedras de tropeço!
há quem pense que há muitas flores... sementes, talvez.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A estrada, o amor....



vou na estrada de vir...

vou assim... indo, indo... só observando meus descaminhos

às vezes naquelas trilhas sem aviso, sem seta de direção... de onde vai dar.

o tempo, escada rolante... quando acho que vou, vão todos... passando por mim

e onde estou, fico... olhando pro céu... desenhando preces, tateando no ar... pra agarrar uma mão amiga...

e só, arranja força de ir... é um "ir" sabendo que não "devia"!? mas o que se sabe enfim...

vou, sem certezas... carregada nos braços do amor na correnteza... vou muda, não sei que dizer... as vezes quero eu guardar é tudo no peito

...tanto medo!

tempos de ódio... anima saber o que sinto...

mesmo que doa rasgar o verbo no peito

e... sangrando...ir costurando feridas...num sofrer... esse sofrer que anima a vida... faz viver... faz ir...

se dói muito?

.. insuportavelmente

terça-feira, 11 de outubro de 2016

apanhando da vida!

e o que eu sinto... não mudará!

tem uma dor que dói por dentro... queima os olhos...pressiona a cabeça
grita a qualquer hora precisa!

o medo ultrapassa o peito... já cria seu tumulto na casa toda... já quase vazia
não tem como se esconder, já tentei... e me achei, amoada num canto qualquer

desencanto e tristeza choram o desespero das ideias loucas...

não quer mais pedir socorro... desistiu da partilha de bens ... desistiu das paisagens que fez
cambaleia por ali e por aqui... já sem forças para qualquer luta

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

quando dói

“há perdas que nunca acabam de ser perdidas" (Aconteceres de Lídia Borges)

da ausência de alguém por ocasião da morte...
da saudade de alguém por ocasião da vida e oportunidade do amor que deixou...

"Não posso esconder o que o amor me faz" (Roberta Sá)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

quando se doa o coração
a entrega é de todos os sentidos
os sentimentos, todos, que tornaram as fibras
mais fortes ou mais frágeis
provar do sentido da vida
provar do que se sente
... viver pode doer
amar é uma decisão!