quinta-feira, 29 de junho de 2017

Da docilidade do tempo




O mesmo que passa e acaricia a gente...


O mesmo que dá o alerta para os cuidados de si... e do outro


O mesmo que diz não ficar, está sempre em movimento...


Transformando... Maturando... Ensinando


O tempo da música no meu peito, com suas pausas, seus silêncios...


Com toda dinâmica e intensidade... me faz viver na emoção


Em cada compasso, um folego novo preciso, para sustentá-la, junto comigo,


Suavemente, sem romper o en.canto...


Impressa pela voz, com todo sentimento.


Esse tempo color.ido... seja sempre escrito


Nos instantes da vida, sempre preciso!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

ah palavra!
Porque não se diz logo
ouça o vento, mesmo de mansinho ele diz a que veio...
há tanto estranhamento ao falar o sentimento
compartilhar seus afetos, a emoção....
ah palavra, nesta casa, sempre muda...

diz o que me melhora...
diz o que necessito ouvir...
Fala!

Fala


da leveza de ser

sustentar tudo o que é excesso...
em demasia, seja poeira ou brilho
olhar pelas frestas para o mundo
às escondidas para o sentimento
atrevido, atravessa meu agudo
quebrando a nota, levando susto
lá do sol fa.la.do.r
e eu perco o ar
me esqueço de respirar
a flor do peito à flor da pele
o inusitado que nunca acontece
é tenso sustentar a nota
e a mesma intenção
é crescente e livre



a sair por aí desenhando um sorriso nos olhos... é a minha paisagem
há que transformar o mundo num espelho, essa luz que reflete o desenho
de lábios abertos...
sim. há que registrar a alegria na vida dos outros.
sim. há que se olhar pelo véu do amor.
sim. todo sentimento aqui esta articulado nesse amor.
até quando a vida dói
até quando sorrimos aos prantos
até quando o grito não sai
pensei contar da simplicidade da vida
mas eu só sei complicar, o que é simples, e o que é vida
tenho que agradecer por olhar de novo e de novo
assim visito as emoções e desenho sorrisos sinceros
ainda que ninguém veja...

terça-feira, 27 de junho de 2017

Lágrima



Carrega o peso da memória de todos os sentidos
Misturados nesse peito aflito, muitas vezes em convulsão

Tem tanta palavra pra te cantar
Liberdade era o tempo pra mastigar
Libertar te doi...
Preciso cuidar de secar os olhos
E deitar nas asas dos sonhos




 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

... da paz





O mundo empurra a vida para a impaciência

E assim... aos trancos... a gente se atropela...

Na pressa, procura-se as frestas

Por onde, discretamente, os sonhos nascem

Não te olho, se esse olhar te ferir...

Há sempre um querer que movimenta

e dá coragem... 

mesmo para a espera

inocente... de compreender a vida

e a noção de viver... de caminhar

de.vagar, quando todos correm



sexta-feira, 23 de junho de 2017



Os olhos estão embriagados desse tempo...
Como  janelas que se abrem na mesma estação...

Dia e noite... faça inverno ou verão

Seu presente é viver amando

E, quando sóbrios, se sentem pertencidos

A todas elas, o tempo todo...

E nesse momento de docilidade, saborear o fruto do amanhã

E bordar os cílios de duvidas e encantamentos que, 

num piscar, dá certeza da vida que acontece hoje e

amanhã virou memória

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Impronunciável

Palavra quando dorme, no silêncio de estrelas
Palavra quando rasgada fraturando o peito
Palavra caída, meio sem jeito
Palavra tímida ou em desespero
Palavra ainda não inventada ou sem sentido
Palavra despida de sonhos, quereres ou mansidão
Palavra que faz doer no outro todo o mundo criado
Palavra que falta
Palavra sem nome
Palavra muda
... ainda semente, que sonha o fruto
ainda indecifrável!

segunda-feira, 19 de junho de 2017


como nosso olhar sobre o outro pode estar equivocado...

era uma flor quebrada, vivia sempre úmida demais, já quase apodrecendo seus vitais sentidos
ainda ao longe uma réstia da luz do sol
a luz caminhava, suponho, que à força do vento, para além de mim
como posso chegar até você, sem ir...
eu quis usar um vestido de flores
para quando só veem as flores
nos meus olhos, um mundo a gritar, sem palavras
essa luz que vai... vai... um dia chega... um dia fica...
um dia apaga
para alem dos olhos, a palavra que precisa ser dita quer ser ouvida.
para quando o melhor instrumento para comunicar o sentimento
é a escuta do coração.

domingo, 18 de junho de 2017



... o inverno vai passar


Mas esse frio de ontem


Capaz de durar mais uma primavera


As estações passam.... aquele trem parou


Enferrujou os trilhos


Era vez das chuvas


Era vez das secas


E os meus olhos


Esperam sua vez









quarta-feira, 14 de junho de 2017

saber existir

saber andar só, andar a pé
saber e querer olhar a vida
ter uma ideia e o sentido do amor
comunicar o sentimento
pensar a ação
repensar o sonho
o desejo...
acalmar o passo
quando teu coração
sem querer disparar
desfazer os nós
delicada_mente
se preciso for
revirar do avesso
trazer para si o pensamento
te encontrar por dentro
e viver mais perto da paz

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Nas horas vagas



Ensaiou despedidas, não antes de rasgar o verbo, desfiar as fibras, moer os olhos...

Não vai a lugar algum sem suas dúvidas e certezas...

Nesse tempo de olhar pra si mesmo, há muita sede... a busca não cessa.

Nas horas vagas, algum silêncio acalma as dores... Mas é a musica que quer curar

E a palavra se debulha em sentimentos controversos, às vezes imprecisos, querendo fazer valer cada sentido... ter sentido.

Há vida aqui e ali... é só olhar e ver.

Há misérias maiores... Ainda há fome.

Muito há que se fazer pelo outro e para si

Pobres quereres, sempre maiores que a real necessidade...

Nas horas vagas meço força com meu Eu de dentro

Descubro-me... Olho nesse espelho real... Ficam expostas todas as fragilidades

O Presente é uma urgência diária! Uma corrida sempre pra fora... fora demais

Apesar de sentir que fora demais é o futuro-um horizonte inalcançável - logo ali, tão perto... contraditório... não sei bem.

Sei que sonho ... e a incerteza é um véu que muda a cor do dia e da noite

Carrego na retina...minhas fotografias mais queridas...

São os desenhos que faço da vida que me cercou um dia...

Sei de cor cada traço, se soubesses... mas a mão nunca é livre para os contornos do peito... talvez a mão firma o lápis, que desenhou aqui tanta beleza...que fez a nota musical durar mais tempo na minha trilha...

O que me apavora ainda são as despedidas que a vida me dá...

Sei que há tempo para tudo nesse mundo de viver...

Sei que fazem rondas na dor da gente...

Se... decidir muda tudo, se... muda a gente

Seja a prece, verdadeira!