segunda-feira, 8 de junho de 2015

Guardo na voz... nos olhos... do peito




E eu deixo seu nome guardado
Na minha voz pra não me esquecer
De tudo que eu sinto
Pra não me perder


"Não posso adiar o amor para outro século
não posso"
António Ramos Rosa

se lugar houver a adiamentos
o poeta propõe
o adiamento imediato e definitivo
da morte anunciada de borboletas e sonhos
das noites de inverno e do inferno dos dias
de marginalizados e oprimidos
do desvario das abelhas ameaçadas pelo fogo
na combustão cruel dos girassóis
da mordaça que ata a voz das flautas e dos violinos
ao silêncio das nascentes traídas
da imobilidade das asas nos pássaros feridos
e dos homens também eles feridos
perante a estreiteza dos membros
na edificação do voo.

se lugar houver a adiamentos exclua-se o amor
que o Poeta não pode... não pode "adiar o coração."


Lídia Borges




A estrada onde estou
Só me leva a você 
E eu caio, levanto 
E eu sigo com os olhos ardendo






texto* Trecho de Fragmento-Frejat

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