quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Quando sou pedra....

dura.... porosa...fria... arma... parada... quieta... insensível... silenciosamente bruta...inflexível.
preciso ouvir a prece da semente da paz na terra... do carinho suave e sereno do escuro do ceu ... da presença de amparo de um sol que me acha... para quando me lançarem, a esperança é juntar os pedaços inteiros de mim...e construir uma fortaleza... capaz de em silencio oferecer algo bom... quando essa pedra fala, é um grito... sua voz é como espinho na garganta, mas fere mais que a si mesma

mudez

não há silêncio
é só a pausa do sol... da chuva...do vento...
é quando a palavra descansa. 
existe... e sussurra, serenamente... um abraço de c'alma
é olhar...segurando a lagrima
é não piscar para não perder o voo
não fatiar a paisagem
é silêncio dos ruídos
dos sentidos agressivos
que te arrancam de ti mesmo
é equilíbrio.... de dentro pra fora
é mistério não revelado
em constante crescimento
ama.dure.cimento


solidão

... lugar de ficar
de peito aberto
e cavoucar sentidos da vida
setas-sementes daquele
silêncio de morte em crescimento
vagaroso e absurdo
de entrega incansável
no escuro
a desenhar a saída
pra rua, pra luta, pra vida
acreditando nas sensações
quentes e úmidas
que até rasgam a pele
mas a faz acreditar
nos brotos,
suas flores
seus espinhos
seus frutos
seus medos
seus perfumes
sua presença no mundo
das belezas de ser o que é




.. só porque talvez dezembro nos abre o peito a gratidão

buscar poesia nas coisas
são belezas que me atraem
e me permito fazer parte
traz leveza para o cotidiano
apesar dos mergulhos serem
muito profundos, para alguem
como eu, que não sei nada(r)
não respiro embaixo d'água
ou por vontade própria
por ideia fixa, pensada, decidida...
apenas é uma invasão que a vida faz
para que eu viva
e a poesia me diz pra viver melhor
a musica conduz meus passos
o sentimento que eu transpiro
conta minha história sempre
que me emociona...
tantos afetos...
tanto querer de me buscar
na beleza das coisas
a poesia da vida

Senhor, exiges de mim um esforço de purificação,
da memória e do coração.
Queres que mergulhe no íntimo do meu “eu”,
para que me reencontre e Te reencontre a Ti.
(...)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Mesmo que dissesse numa palavra direta... Mesmo sendo setas, não acertaria o alvo.

Onde não cabe amor
Nao sei ficar

O silêncio  tem a língua afiada
É o que eu sinto quando me pausa o canto

Dor inutilmente  alimentada
Debocha do que sinto

Disfarça o riso e a raiva
Quando lava essa face

Expõe os medos e os cansaços
Amortece os sonhos e as esperanças

...
Não tem palavra que transborde
Tudo que ainda cabe no peito
Do lado de dentro, um sacrário
Para sempre...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018



"Mereces un amor que te quiera despeinado, con todo y las razones que te levantan de prisa, con todo y los demonios que no te dejan dormir. Mereces un amor que te haga sentir seguro, que pueda comerse al mundo si camina de tu mano, que sienta que tus abrazos van perfectos con su piel. Mereces un amor que quiera bailar contigo, que visite el paraíso cada vez que mira tus ojos, y que no se aburra nunca de leer tus expresiones. Mereces un amor que te escuche cuando cantas, que te apoye en tus ridículos, que respete que eres libre, que te acompañe en tu vuelo, que no le asuste caer. Mereces un amor que se lleve las mentiras, que te traiga la ilusión, el café y la poesía" (Frida Kahlo).

E quando você encontrar esse amor, quando ele bater sua dor silenciosa em teu peito, você vai entender finalmente que nada pode destruir esse fogo ardente que te queima dia e noite...

Você vai saber que nem o silêncio mais profundo, as longitudes e latitudes, a idade, as dores do corpo e as mágoas da vida podem afastar de ti a dor e a glória desse amor...

Você vai finalmente entender que não há nada, mas nada mesmo que te impeça de amar e viver a grandiosidade e maviosidade de teus sentimentos.

E que não importa o tempo que passe, as feridas que nascem, o sofrimento que te é imposto, nada nem ninguém poderá separar você desse amor que te faz criança e anjo à brincar feliz e querido por entre as flores de teu jardim dos encantados.

E você vira criança outra vez... vai andar de mãos dadas, comer algodão doce em alguma pracinha de lumiares interiores, soltar pipas e voar nos carrosséis da vida como nunca dantes...

E você vai querer gritar ao mundo a plenitude de tê-lo encontrado, vai tocar com as mãos as estrelas do céu e descobrir que elas cintilam festa somente para ti neste instante mágico em que teus olhos perscrutam o universo profundo da ternura e fogo desse amor...

Neste dia de sinceridade com teu coração você vai parar de olhar o fim, de contabilizar perdas e danos, de se entregar ao medo e ao vazio e vais ver que sempre é tempo de um novo recomeço, que você pode ser feliz em qualquer tempo, independente de quem és, onde estás, quem está ou não contigo. Porque você merece ser feliz, você merece este amor, ele é dádiva, presente... que você pode aceitar sem medo de que alguém o arranque de ti...

E então você vai acreditar e viver em sonhos e utopias e vai saber que és um privilegiado sobre a imensa terra que teus pés pisam...

Neste dia de reconhecer e aceitar sentimentos você vai sim descobrir que amar também dói, mas vais compreender que não podes mais viver sem essa dor... e então nunca mais vais querer jogar o que sentes no esquecimento.

Neste dia de glória, de descobertas do amor vivo, ardente, chama pura e flamejante... é esse amor que vai te acordar para a vida e te fazer abandonar pra sempre a vontade de morrer...

E então você vai saber que não há nada neste mundo que te impeça de ser e viver quem é de verdade e de, em completude de alma, amar e ser amado...

Ama... e deixa-te ser amado...!

Maria

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

E se uma nuvem entediante envolver sua alma, troque... de perspectiva, de perfil, o retrato atual, encontre outros desafios, outros livros, uma nova flor, troque as pessoas tóxicas, por seres mais leves, mais livres... embebecidas de ternura, impregnadas de amor.
Ari Mota
tenho o desafio de "quase" escrever o livro da minha vida...
fui vivendo cada dia como se nunca fosse perder as pessoas que amava...
amigos e familiares estariam ali para sempre...
todas as emoções que me construíram, filtro das minhas vivências e hoje minhas memórias
quase precisam de uma mágica para me levar para o começo de tudo, em cada fase vivida.
eu não sei... a memória dos sentidos pensei nunca perder, mas está muito distante do meu alcance cavoucar dentro de mim os momentos e as histórias que definem quem sou...
vou me descobrindo uma pessoa desconhecida em mim, apesar de ter sido sempre a mesma...
sei que sempre busquei o equilíbrio e a segurança... sei também que isso tudo se perde em algum momento da vida... e sei por experienciar isso...
estudando uns padrões que não quero me encaixar... acredito que como ser humano posso ir além disso tudo... do que é e já foi conhecido... por isso estamos em constante "evolução"... não é bem essa palavra que queria usar... é sempre um momento de aprender, errando ou acertando...
estou tentando me lembrar da infância... e me vem essa saudade, um cheiro de flor-de-colonia, um gosto da comida da vó, a dor das varias batidas que levei na cabeça, no braço, no peito...quando tirava água do poço e não aguentava o peso do balde cheio e a corda descia ao fundo do poço...
o calor do sol quente na cabeça... a água fresquinha do córrego... o desconforto de andar a cavalo e cair na plantação de alho e cebolas...o som da voz do meu avô... que assobiava musicas nordestinas pra mim... sua unha comprida coçando minha cabeça ... o cheiro do coentro na horta... o canto dos pássaros...
sigo aqui tentando lembrar dos meus comportamentos, pensamentos e sentimentos