Às vezes adoeço
Adoece em mim os olhos e a boca
Os ouvidos e as mãos
há um grito entalado na boca do estômago
há um riso caído nos pés que, descalços, são feridos nas pedras lisas e pontiagudas num solo cansado de ontens e amanhãs que insistem em abafar a vida que pulsa hoje perto de nós
Mas há sempre uma luz que guia os sentidos
Para frente e para o alto
É que pede olhar com alma mais uma vez
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