quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

era uma vez ... um sonho


Dois sóis amanheciam solitários...
Num dia cinza, resolveram não nascer do lado de cá, só do lado de lá. Mas o povo de lá, não se preocupou com a ausência do sol, porque curtiam o inverno, e tinham muito calor humano pra sentir. O pessoal de cá, chamou aos de lá de insensíveis e brigaram feio. Os de lá não se chatearam, mas nunca mais falou com o pessoal de cá, que só clamavam para que o sol voltasse a brilhar e que trouxesse o sol de lá pra aquecer o povo de cá, um povo muito carente que ao sopro da mais leve brisa batia o queixo de frio... Não se sabe o porque, mas os sóis já cansados da carência de uns e desprezo de outros, decidiram brilhar a noite...Mas a noite não suportou tanta luz, já tinha a lua, que era amante dos dois sóis, mas cada um em seu lugar, em tempos diferentes...a lua acuada, fugiu, se escondeu na lagoa dos sapos cantores e enamorados pela noite de luar...Achava que ali estava segura, perto de quem a amava...Virou uma disputa sem sentido: os sóis brigavam não pela lua e sim pela noite (de estrelas),  o que fez a lua se enfurecer e  ela parou de sorrir. Não se pode inverter a ordem das coisas se não se está preparado para tal desordem...Não se deve chamar ao sol lua. A noite ainda é noite. E o dia sem sol, é a solidão do universo.
Era uma vez, um amanhecer solitário: sem sol, sem povo, sem sentidos...
Intrigados com toda a situação, vieram povos de outras bandas...Cada um tinha uma chama de esperança no olhar e uma alegria no coração pra doar. Uns sorriram pra lua, e isso a fez se lembrar que é a rainha da noite, que todas as luzes artificiais se apagam pra vê-la mais linda brilhando no céu e no mar (e na lagoa)...Outros abraçaram o sol, que imediatamente aqueceu-se de amor. E o sol raiou, intensamente...e os povos não resistiram e se abriram ao amor reatando às amizades com os povos de lá. Fizeram um grande sarau com baile pra comemorar, os enamorados se mostraram ainda mais apaixonados e cantaram seus amores. Até a bicharada se divertiu, contavam piadas, dando gargalhadas. Num cantinho do céu, uma estrela ao piscar de emoção, caiu no mar e entendeu que não era mais estrela ...A noite era toda Lua cheia, que atentamente sondava a noite, escutando o sonho dos que ainda sonham...todos dormiram, exceto a lua e as estrelas. Quando o povo de lá acordou, ainda tinha a lua, algumas estrelas, e um sol pra beijar-lhe a face....

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