terça-feira, 6 de novembro de 2012

A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.

A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.

Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Sophia de Mello Breyner Andresen (Poetisa e escritora portuguesa- Nascida em 6/11/1919 e faleceu, aos 84 anos, a 2 de julho de 2004, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.)

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