sexta-feira, 18 de maio de 2018

“Meninas sem bonecas”


memória do futuro…

Já faz tempo... e ainda leio os jornais... e os olhos delas...



“Meninas sem bonecas”


ouço passos de encontro a solidão dos sentidos frágeis
que cobrem seu corpo enquanto cala sua inocência;
enquanto esmagam seus sonhos antes que ainda os saiba sonhar…
vejo o peso duma culpa, abafando o grito de um apelo triste, agonizante,
escrito em letras garrafais e estampado na sua retina
sem a luz da esperança
olhos que tocaram o espinho
bocas fechadas nos poros da pele
já não sentem seu cheiro
jaz a sombra e seus passos
caídos
marcados
perdidos
prisão dos sentidos
na estação da dúvida
na plataforma do medo
a razão comendo as sobras
da revolta e da dor
que devorou os famintos


(abril de 2009-rose rocha)

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