quarta-feira, 8 de junho de 2016



Na sombra da espera…

deitei meus olhos
Resido num sonho
atrás de janelas e portas
(que se fecham ao sabor do vento)
quando a noite não dorme
e o dia também não chega
e a palavra que
surge da escuridão
me cala o querer
costurando-o no tempo
com a agulha do agora
que passa entre os dedos
me aponta caminhos
se fere, me leva
sigo estancando o sangue
que vez ou outra
detalha uma dor.
“Houve o tempo do sonho. No escuro das noites, todos sonharam palavras.
Houve o tempo do acordar. Na luz das manhãs, todos acordaram palavras.
Depois veio a coragem de presentear. Em cartas lacradas viajaram secretas palavras”.
(Bartolomeu Campos Queirós)

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