quinta-feira, 7 de março de 2013

caderno de vidro (alguns cacos guardados)

Claro, não poderia abandonar no lixo...
Se minha pele tem o seu gosto, dado às digitais ao tempo
Não quero lhe dizer o inconfessável
Você sabe o quanto é difícil criar palavras novas aos sentimentos usados
Estive pensando em abrir na página do meio
Lá, onde um dia, você olhou nos meus sonhos
Onde havia uma pureza certa, clara como luz
Onde me via aprendiz e apaixonada pela vida cotidiana
onde eu já amassei uns papéis para reciclar pensamentos...
(os mesmos cimentos do peito que usei pra me guardar)
Não vou mais amassar papéis sem passar a limpo o rascunho feito
Nem posso quebrar o vidro do meu caderno, sem me ferir...
E não sei mais pronunciar aquela Palavra, inteira e bonita...
Talvez o hálito precisa de um frescor, que não virá... eu sei.
Tento agora ouvir outra voz
Dançar noutras linhas
Imagine, dar passos no ar
e sonhar
som
ar
me respirar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário