quarta-feira, 31 de outubro de 2012

você vai, eu fico

nessa de caminhar pra dentro...
esqueci das migalhas de pão.

nesse caminhar quase que sozinho
não vou, mas a estrada passa por mim.

falta-me forças para o aceno
meu adeus é frágil

ah! faça a curva de me encontrar...
não durma na estrada

meu sono
meu sonho

me a.cor.de

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

textura antiga, ou olhos de ontem...



me desentendi das nuvens

já me senti tão nublada
(o sol) aponta caminhos que não são meus
e eu abandono...
não sei se é erro meu
é só um acordar e não ter forças para se levantar
tem acertos que também doem
doem demais
sei bem o caminho das brasas... andei muito descalça
uma vez nesse fogo... e a gente arde sempre
quero desaprender dessa dor...quero desaprender essa rota
trago uma memória estranha que as vezes não parece que estou nelas
é como se me anestesiasse para não sentir a dor
ou para não fixar o pensamento nelas
as fotos de hoje tem textura antiga
parece que estão paradas num tempo
desatualizado de nós



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ligada no sonho


durma mas não apague as luzes do peito! 
ainda que essa luz seja como a saudade "uma brasa...sendo soprada continuamente,a fim de mante-la acesa..." ao queimar vai lembrando que está viva... sopre como puder, com musica, com poesia, com a amizade que traz a leveza do amor na vida da gente!


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

para.le.las

As pétalas queriam ser asas...

hoje, vendo as cores em sua janela, despertei amor, alegrias e saudades...
como o rastro dum vento deixado no campo, assim ficou o chão do meu peito
eu reorganizo os sentidos: os olhos para ver e ver_te(r); a boca pra falar e pra comer;
os ouvidos para escutar a musica que toca no rádio e não o pulsar do coração que está andando por aí...

e...

inspirada pela poesia vou pegar essa trilha de "esquecer os caminhos que não são meus"


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Diz para sua criança nunca perder a inocência
No mundo já tem muitos culpados...


páginas

"...é como páginas de um livro..." enquanto uns viram a página (e até trocam o livro) outros guardam flores e folhas secas dentro dele... uns viram a página, outros permanecem lá... presos na palavra saudade que se desenha nas entrelinhas ...

na página vazia cabem meus eus, meus silêncios  minhas dores e minhas certezas... as dúvidas já não sei onde é que cabem...

quase

Quase acreditei numa saudade
Não fosse a intenção do verbo
Num passar continuo
E jaz distante demais

Quase acreditei no verbo
Não tivesse ele sido conjugado
às pressas e sem sentir, sem pensar
na força, no encanto, na verdade da poesia

Quase acreditei...
mas me lembrei dos anos que passaram
das palavras duras já ditas
como se fosse nada, e fez ferida...

Agora que acredito na vida...
Agora nessa minha despedida...
Desespero e dor, não terá.
Nada vale... Não fosse esse coração

...sua carne viva, exposta
sendo levada no mundo
eu fora do seu
você dentro do meu

quase morre uma saudade
quase morre uma vontade
quase que eu corro...
quase que eu morro


preciso dos olhos falantes de amor e compreensão
do carinho que às vezes até transborda a emoção
dói olhar e não ver.
dói medir essa distância
e às vezes até me cansa.
preciso da boca articulada no amor
do céu aberto, num horizonte de beijos
um linha pequena ou extensa de um sorriso
não o que eu desenho.
não o que te disfarça.
dói calar à força
dói guardar "sentidos"
olhos e ouvidos
bocas e braços
não se sabe mais abrir e fechar
não se respeitam os sinais
deixe passar!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

marcas


os sentimentos, palavras do que sentimos... são como os pregos, uma vez pregados, não apaga seu sinal, mesmo que arranque da parede, da madeira...leva um pouco da gente e deixa o vazio no lugar


a poesia desdobra cada pena da asa
e a gente acredita no sonho
e a gente se desenha na paisagem
e voa

terça-feira, 2 de outubro de 2012

ouço vozes... sinto toques

Voz no peito

As palavras não deitam meu corpo
Um abraço é mais um laço aconchegante
não são palavras o que sinto
sinto a pele, o cheiro, o gosto, a temperatura
sinto a ternura do gesto, no próprio gesto
Não são palavras que me abraçam (é a poesia)
É o sonho... e a liberdade de sonhar

mundo cavocado


mais que se virar do avesso, numa busca sem freios por si mesmo...
mais que engolir injustiças nos padrões da violência e da política mal exercida...
mais que a ilusão bordada no ato e na omissão de silenciar a vida (sofrida ou não)...
mais que se perder, que não encontrar palavras que descrevam sua indignação...
num espaço febril, em cólera, não a defender os seus... mas a acusar na maldade...
há que se estender os planos e labutar nos sonhos que ainda sei sonhar
há que estar atento a tudo e despejar verdade a todos que encontrar
há que não calar a voz, e nem atar as mãos se você pode ajudar...
há que se olhar no espelho e cavocar bem fundo até se encontrar
razão para lutar e amar
razão para acolher e salvar
razão para revolucionar...