terça-feira, 31 de maio de 2016

Serviço

a decepção faz parte de toda relação...
porque a gente tem o defeito de querer, de esperar ser servido
em algum momento da vida
esse querer quer fazer valer nosso direito
não é que conscientemente busque uma relação utilitária e se buscar não é para toda relação e nem o tempo todo, talvez só quando necessite... mas é: de atenção, reciprocidades de sentimento e de ações... A gente dá carinho, e não espera ser agredido. A gente da atenção e não quer a indiferença...
A disponibilidade, a co-responsabilidade no servir, ajudar o outro na sua necessidade... é um exercício de amor.
"O coração aberto e preocupado com as necessidades do outro... 
É assim, habitado pelo amor que se está disponível ao outro" 
Servir! "É isto que faz em ti o amor de Deus quando dizes SIM: abre-te o coração aos outros!"




Da prece:


"...um coração sensível às necessidades dos outros"
Oferece a Deus a tua disponibilidade. 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Virada Cultural Jundiaí 2016-Começa Hoje!

Virada Jundiaí

Tudo gratuito!






"Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão..."


Canção de outono - Cecília Meireles

quinta-feira, 12 de maio de 2016

estupidez



...puseram uma pedra no peito e uma flecha nos olhos...

o ódio segue sua liberdade de sangrar as vidas...

em todas as relações...

(o deboche desenhado nas retinas...da estupidez)

terça-feira, 10 de maio de 2016

camadas


ordenadas em mim
vibra tanta vida
na vida que me cabe
quase sou inteira
fosse consciente
essa vida riscada
no rosto
no peito
nos pés
nas mãos
nos olhos
que ardem
como o peito
que às vezes chora
rasga a pele do meu tempo
e me desenha na sua vida

We Are Nowhere And It's Now



"Morte é despedir-se dos outros. Vida é despedir-se de si, todos os dias."
Carpinejar




Sobre parar...

saber quando parar... mesmo se estiver na metade do caminho...
buscar o equilíbrio... evitar o conflito
são tantas setas se convergindo para dentro
que é possível me perder bem lá dentro

desistências


ocorrem rotineiramente...



quando fecho os olhos para a vida, minha e sua...

quando olho bem de longe... e me afasto um pouco mais ... para que não chegue esse horizonte

quando ao olhar o céu, desenho estrelas, maiores que eu, para deitar meu sonho...

as palavras adormecidas no peito, quase mudas...salvo quando sussurram um amor que quero guardar


aí vem o grito!

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Cansaço...



O que há em mim é sobretudo cansaço —

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto em alguém,

Essas coisas todas —

Essas e o que falta nelas eternamente —;

Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,

Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada —

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser...

E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,

Para eles o sonho sonhado ou vivido,

Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...

Para mim só um grande, um profundo,

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço,

Íssimo, íssimo, íssimo,

Cansaço...



9-10-1934

Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 64.